Palavras
Estava frio e chovia bastante, com as palavras, ele era calmo
Sorrindo por dentro até se esconder na escuridão da sua própria mente,
Abria-se em tons graves que mudavam na deformidade expressas em morte,
"Era a mim, era a ti... o que era o que eu queria?"
A chuva cuspia sua raiva ao rancor das palavras ditas pelo tal,
O ar gélido subia enquanto a dor era vista por dentro,
"Saia daí... vai adoecer" - um tom amoroso sopra perante as nuvens,
Ardia, era febre, eram os olhos, eram as feridas expostas
Já não via com clareza toda a sua situação, cairá no chão com seus porquês infinitos
Sangrava como as páginas de um livro santo, poético era ver tudo lavar e levar ao ralo
Fechava o punho se debatendo contra o corpo, e o outro, amassava a foto
"Eram crianças apenas... E Você os deixou levar de mim!" - rendia-se na lama
Berrava: por saudades, por amor, pelas canções dos bons momentos
A chuva parava conforme o silêncio ecoava de dentro pra fora
A sombra de um espelho quebrado, mostrava sua face na luz do luar
"Sim, era eu quem o chamava naquela hora" - falava a morte saindo do seu interior
A baba caia desvanecendo-se suas melhores lembranças, era o fim!
No vazio estava, daqueles que surgem depois de anos de guerra
"Venha... comigo, VENHA!" - a morte falava em paz e de paz
O espírito caminha aonde é chamado! E assim, seguiu...
Por Carlos Ai do Nascimento – 16 de Abril, 2021.
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